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O evento contou com a presença de mais de 200 profissionais

INEGI junta academia e indústria para pensar a Inteligência Artificial

Susana Marvão02/06/2025

A conferência IN Conference, promovida pelo INEGI, reuniu especialistas, empresas e academia para debater o impacto real da Inteligência Artificial na indústria. Casos concretos e um olhar pragmático sobre os desafios e as oportunidades em curso marcaram o encontro que decorreu no dia 29 de maio, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

A quarta edição da IN Conference do INEGI arrancou com um olhar atento sobre o potencial transformador da Inteligência Artificial (IA), sem esquecer os riscos e os desafios éticos que esta tecnologia coloca à sociedade e à indústria. Na sessão de abertura, Pedro Rodrigues, presidente do Conselho Geral e de Supervisão do INEGI e vice-reitor da Universidade do Porto, destacou a importância de uma abordagem equilibrada: “Não podemos, nem devemos, ignorar os riscos relacionados com a crescente influência desta ferramenta”, afirmou, sublinhando também “as inúmeras vantagens e o enorme potencial em diversos domínios, nomeadamente no uso da área industrial, que aqui nos traz”.

No dia 29 de maio...
No dia 29 de maio, o Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões recebeu mais de 200 pessoas para debater o impacto transformador da inteligência artificial (IA) na indústria.

Perante uma plateia composta por mais de 200 investigadores, empresários e especialistas, Pedro Rodrigues traçou o panorama de um mundo em rápida transformação, onde a IA se tornou “uma realidade palpável e presente nos diversos movimentos de atividade humana”, da saúde à educação, da mobilidade aos transportes, passando até pela criação artística. Mas alertou também para os riscos da “manipulação política ou social” que esta tecnologia pode potenciar.

A intervenção colocou em destaque a passagem para a chamada Revolução Industrial 5.0, um novo paradigma onde a IA deverá assumir “uma função central determinante, mas com o foco na colaboração entre o ser humano e a tecnologia”. Como referiu o responsável, trata-se de um modelo que se pretende “caracterizado pela sustentabilidade e bem-estar humano”, superando a lógica anterior de simples automatização.

Neste contexto, Pedro Rodrigues salientou o contributo da Comissão Europeia, através do ‘Roteiro das Tecnologias Industriais da UE’, lançado em junho de 2024, que promove “uma abordagem qualificada“e alerta para a necessidade de enfrentar”as questões ambientais e as questões éticas e sociais“associadas ao desenvolvimento tecnológico.”O respeito pelos limites ambientais e principalmente do bem-estar humano tem de estar no centro do desenvolvimento tecnológico”, frisou.

Pedro Rodrigues não deixou de enaltecer o trabalho do INEGI, “um exemplo no nosso panorama nacional”, pela sua atuação em áreas tão diversas como “materiais, processos fábricos, estruturas, sistemas mecânicos, energias, ambiente, sistemas inteligentes, biomecânica e gestão de engenharia industrial”. O presidente do Conselho Geral e de Supervisão destacou ainda o esforço da instituição no recrutamento e retenção de talento e na “formação e desenvolvimento dos seus próprios colaboradores”, sublinhando a relevância desta aposta num contexto de transformação acelerada.

Pedro Rodrigues, presidente do Conselho Geral e de Supervisão do INEGI e vice-reitor da Universidade do Porto...
Pedro Rodrigues, presidente do Conselho Geral e de Supervisão do INEGI e vice-reitor da Universidade do Porto, traçou o panorama de um mundo em rápida transformação, onde a IA se tornou “uma realidade palpável e presente nos diversos movimentos de atividade humana”.

Na vertente académica, a Universidade do Porto, através das faculdades de Engenharia e Ciências, lançou recentemente um mestrado em Engenharia Artificial, iniciativa que visa preparar “recursos humanos altamente especializados para dar resposta às necessidades do país e da indústria nesta matéria muito concreta”. Pedro Rodrigues reconheceu que o caminho poderia ter começado mais cedo, mas garantiu que a academia está agora “profundamente empenhada” em contribuir para este domínio de formação avançada.

O vice-reitor sublinhou ainda que o tecido empresarial português, maioritariamente composto por pequenas e médias empresas, enfrenta desafios específicos no que toca ao investimento em investigação e inovação. “A dimensão das empresas em Portugal, muitas vezes, pode ser um obstáculo ao investimento necessário”, reconheceu, reforçando a necessidade de estreitar relações entre a investigação, a academia e o setor produtivo.

No final da sua intervenção, Pedro Rodrigues destacou o papel da Universidade do Porto na inovação pedagógica e na formação ao longo da vida, bem como o seu empenho em promover uma aproximação entre a academia e o tecido económico. Recordando o contexto europeu, referiu o AI Contingent Action Plan da Comissão Europeia, lançado em abril deste ano, que apela a um esforço concertado para recuperar “o atraso acumulado nesta matéria”.

Perante este cenário, Pedro Rodrigues apelou a uma atitude proactiva: “Cabe-nos ser ousados e ambiciosos e imaginar que é possível assumir a vanguarda da transformação que se anuncia”. E concluiu com uma citação de Nelson Mandela: “Tudo parece impossível até que seja feito”.

Transformar e valorizar o conhecimento para a indústria

A aplicação da Inteligência Artificial (IA) na indústria não é uma novidade, mas continua a ser um desafio exigente, que implica não apenas investimento, mas também uma mudança profunda nos modelos de negócio e nas estruturas organizativas. Foi esta a mensagem central deixada por Sílvia Garcia, membro do Conselho de Administração da Agência Nacional de Inovação (ANI).

“Este tema de indústria, poder transformador e inteligência artificial é realmente um tema muito pertinente, urgente e emergente que todos nós temos que pensar”, afirmou Sílvia Garcia, acrescentando: “A inteligência artificial está na indústria e está entre todos nós”. A responsável sublinhou o seu percurso profissional ligado à indústria e à aplicação prática da IA: “Durante oito anos, a minha vida foi trazer inteligência artificial para a indústria. Daí, eu sinto na pele e conheço bem todos os problemas que é implementar a inteligência artificial na indústria”.

No papel atual na ANI, Sílvia Garcia destacou o esforço contínuo de aproximar o conhecimento académico da realidade empresarial: “Uma das áreas que nós trabalhamos é exatamente isto: tratar de trazer o conhecimento da academia para a indústria e colá-lo na indústria”, explicou. Esta missão tem vindo a ser desenvolvida através de vários programas nacionais e europeus, incluindo iniciativas lançadas no âmbito do Portugal 2020, redes de interface, colabs, e mais recentemente, os programas PREC, TSBS e os Digital Innovation Hubs (DIH).

"É uma grande batalha, é preciso muita resiliência. Os resultados não são tão rápidos quanto nós queremos", reconheceu Sílvia Garcia, sublinhando ainda a complexidade da negociação com a Comissão Europeia e a multiplicidade de regras associadas aos financiamentos.

Sílvia Garcia, membro do Conselho de Administração da Agência Nacional de Inovação (ANI) reforçou a importância da colaboração entre academia...
Sílvia Garcia, membro do Conselho de Administração da Agência Nacional de Inovação (ANI) reforçou a importância da colaboração entre academia, redes de interface, colabs e empresas para “transferir, valorizar e ajudar as empresas a compreender como aplicar” a Inteligência Artificial de forma eficaz e sustentável.

A intervenção trouxe também uma visão concreta da dimensão dos investimentos já realizados em Portugal no domínio da IA. No programa Horizonte Europa, entre 2021 e 2024, Portugal conseguiu captar 244 milhões de euros para projetos colaborativos entre empresas e academia na área da IA. No setor espacial, foram financiados 91 projetos e, na saúde, 42 projetos ligados à IA, representando quase 50% do valor captado nesta temática para organizações internacionais.

Sílvia Garcia destacou ainda que “21% deste financiamento foi captado por PMEs, tendo 11% sido captado por grandes empresas”, embora as instituições de investigação continuem a ser os principais beneficiários. No âmbito do Portugal 2020, o investimento público em IA ascendeu a 306 milhões de euros, com um investimento total de 524 milhões de euros por parte de empresas e academia. Em ‘testbeds’, foram financiados 12 projetos, num investimento de 45 milhões de euros, e nos DIH, seis projetos, com um investimento global de 33 milhões de euros.

Apesar destes números encorajadores, a administradora da ANI frisou que o verdadeiro desafio reside agora na implementação prática dentro das empresas: "É necessário começar a implementar e ajudar as empresas a perceber e a compreender o conhecimento e o que tem a ser trabalhado", defendeu. E sublinhou a complexidade deste processo: “Quando nós estamos na empresa e começamos a introduzir todos estes processos, não é só a nível dos equipamentos. Temos as pessoas, mas também não é só a nível das pessoas. É todo o contexto e toda a organização da empresa que está em xeque”.

A fechar a sua intervenção, Sílvia Garcia deixou um desejo para o futuro: “Acredito que esta conferência vai-nos ajudar a pensar, vai ajudar a perceber bem os pontos de vista”. E reforçou a importância da colaboração entre academia, redes de interface, colabs e empresas para “transferir, valorizar e ajudar as empresas a compreender como aplicar” a Inteligência Artificial de forma eficaz e sustentável.

A inteligência artificial não tem dois anos, vai fazer 70

A inteligência artificial (IA) não é uma tecnologia nova, mas o seu poder transformador e a velocidade da sua evolução colocam hoje desafios e oportunidades inéditos para a sociedade e para a indústria, assume Goreti Marreiros, presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial e professora coordenadora do ISEP, que protagonizou a keynote da InConference do INEGI 2025.

“Hoje fala-se muito de inteligência artificial e há uma tendência para se pensar que é algo recente. Não é de todo. No próximo ano vamos comemorar os 70 anos da inteligência artificial”, afirmou Goreti Marreiros. A responsável fez um percurso histórico da evolução da IA, desde o famoso artigo de Alan Turing, em 1950, passando pelos primeiros desenvolvimentos da década de 1950 e 1960, até aos chamados “invernos” da IA, períodos de menor investimento e entusiasmo. “Eu sou uma otimista por natureza. Acho que a inteligência artificial está cá para nos ajudar e que vai ficar”, sublinhou.

A partir de 2015-2017, com marcos como o AlphaGo, verificou-se um salto significativo. “Nesta altura, houve um grande movimento de investigadores a saírem das suas universidades e a deslocarem-se para a indústria”, explicou. Hoje, são as grandes empresas tecnológicas que lideram o desenvolvimento dos modelos mais avançados, com Estados Unidos e China muito à frente da Europa.

Na indústria, a IA tem ainda um grande campo de crescimento. “A linha da indústria é a que está mais baixinha”, observou, ao apresentar um gráfico sobre o uso da IA em diferentes setores. No entanto, as potencialidades são evidentes: “Acredito que há muito que podemos fazer, muito que podemos contribuir”.

Goreti Marreiros destacou os avanços em áreas como a visão por computador, onde alguns modelos já ultrapassam a performance humana, e a manutenção preditiva, aplicada em processos industriais, infraestruturas ferroviárias e edifícios. “Vivemos num mundo completamente sensorizado. As nossas indústrias estão cada vez mais sensorizadas. A nossa capacidade de recolher dados é cada vez maior”, referiu.

A investigadora defendeu que três aspetos são essenciais para o desenvolvimento de soluções eficazes: explicabilidade, escalabilidade e aprendizagem contínua. “A explicabilidade é muito importante. Quando um decisor olha para o resultado de um algoritmo, é importante que exista uma fundamentação para essa proposta de decisão”, afirmou, rejeitando a lógica de “caixas negras”. A escalabilidade e a capacidade de adaptação dos sistemas são igualmente cruciais num ambiente industrial em constante mutação.

Goreti Marreiros, presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial e professora coordenadora do ISEP...
Goreti Marreiros, presidente da Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial e professora coordenadora do ISEP, protagonizou a keynote da InConference do INEGI 2025.

No entanto, Goreti Marreiros não escondeu que a IA terá um impacto profundo no mercado de trabalho. “71% da força de trabalho em Portugal vai precisar de formação em 2030”, referiu, citando dados do Fórum Económico Mundial. “A função que desempenhavam até aqui desaparecerá, será transformada em outra coisa, e as pessoas vão ter que se adaptar”, acrescentou. Para enfrentar este cenário, defendeu a necessidade de redesenhar currículos, apostar no pensamento crítico, nas soft skills e promover a aprendizagem ao longo da vida. “A mudança de mentalidade tem de ser passada para os nossos alunos”, afirmou.

No diálogo que se seguiu, moderado por Isabel Horta, membro do Conselho de Administração Executivo do INEGI, surgiram questões sobre a lenta adoção da IA nas empresas. Goreti Marreiros reconheceu os desafios: “Há sempre algum receio da mudança”, recordando a sua experiência anterior na implementação de sistemas ERP. Mas acredita que hoje as pessoas estão mais recetivas, pois já utilizam ferramentas de IA no seu dia a dia. “O segredo? Capacitar os funcionários e preparar a força de trabalho para esta nova realidade”, defendeu.

Face à concorrência global, Goreti Marreiros considerou que a Europa está atrasada. “Estamos, de facto, para trás”, admitiu, sugerindo que Portugal deve apostar em nichos e na utilização prática das tecnologias já disponíveis. “Não precisamos só de desenvolver grandes modelos. Precisamos de começar a tirar partido da inteligência artificial em coisas que já existem”, afirmou.

Sobre a atração e retenção de talento, destacou que o governo está a preparar uma agenda para a IA, com foco no talento. “Portugal tem uma grande capacidade de formar talento em inteligência artificial. A grande dificuldade é reter esse talento”, afirmou, defendendo programas de ‘upskilling’ e ‘reskilling’ como instrumentos fundamentais.

Relativamente às tendências futuras, considerou que “há áreas em que a aplicação da inteligência artificial está mais demorada”, como a robótica doméstica. Mas sublinhou: “Eu não quero um sistema de inteligência artificial que pense por mim. Quero um sistema que faça tarefas que eu não aprecio tanto por mim”.

Na reta final, Goreti Marreiros foi clara quanto ao papel da academia e da indústria: “A inteligência artificial não é só tecnologia. É capacitação, é pessoas. E é hoje aquilo que nós quisermos que seja”. O caminho para uma IA ética e responsável, alinhada com os valores humanos e os princípios da sustentabilidade, foi a nota conclusiva da ‘keynote’: "É importante que seja uma inteligência artificial ética e sustentável", afirmou, lembrando também os custos energéticos associados aos modelos atuais.

A intervenção terminou com um alerta sobre a importância do novo quadro regulatório europeu: “Qualquer empresa que pretenda comercializar o seu produto na Europa tem de respeitar o AI Act”, lembrou, sublinhando que este tipo de regulação não deve ser visto como um obstáculo, mas como uma garantia de confiança para os utilizadores e para o mercado.

O evento contou com diversos momentos de networking
O evento contou com diversos momentos de networking.

IA n centro das atenções

Após o ‘coffee break’, a manhã prosseguiu com a mesa-redonda dedicada a casos de uso de inteligência artificial (IA) na indústria, moderada por Catarina Lázaro, na qual participaram Diogo Teixeira, da Vista Alegre, Daniel Pina, do INEGI, Jorge Ferreira, da Amkor Portugal, e Tiago Sacchetti, da Bosch Industry Consulting.

O arranque do debate fez-se com exemplos concretos da aplicação de IA nas empresas representadas. Diogo Teixeira explicou que, apesar da Vista Alegre ser uma empresa com dois séculos de história, tem vindo a adotar soluções inovadoras. “Na casa-mãe, a gestão documental já é feita com inteligência artificial. Todos os documentos são carregados numa plataforma que extrai dados e os encaminha automaticamente para confirmação”, referiu.

No contexto industrial, destacou um sistema de gestão de armazém inteligente, que “aloca dinamicamente os produtos, otimiza rotas e prevê movimentos”. Na linha de produção, está em curso um projeto de visão artificial que permite automatizar a deteção de defeitos em peças de cerâmica, substituindo a inspeção visual humana. “Esperamos assim obter um critério consistente, independente das diferentes equipas e turnos”, sublinhou.

Por sua vez, Daniel Pina deu exemplos de projetos desenvolvidos pelo INEGI. Um deles, para a Rangel, consistiu na otimização de custos de transporte de componentes para construção modular. Outro, num processo de moldação por compósito líquido, utiliza câmaras e IA para identificar em tempo real as bolhas de ar que surgem durante a infusão de resina — um trabalho anteriormente manual e moroso. “Estamos a libertar pessoas de tarefas repetitivas e a ganhar em qualidade e custos”, afirmou.

Jorge Ferreira descreveu a evolução da Amkor, produtora de semicondutores, na aplicação de IA desde 2017, sobretudo na inspeção automática. “Hoje temos mais de 300 milhões de imagens tiradas por dia para detetar e classificar defeitos. Embora continuemos a ter inspetores, a IA é essencial para garantir padrões de qualidade muito exigentes”, disse.

Tiago Sacchetti trouxe a perspetiva da Bosch, onde a IA é considerada estratégica há vários anos. “Temos centenas de casos de uso. Em Braga, por exemplo, usamos IA para gerar imagens sintéticas de defeitos, ajudando a treinar os modelos. Também aplicamos IA na gestão da cadeia de fornecimento e na deteção de gargalos em tempo real nas linhas de produção”, exemplificou.

Automatização e dados marcam a diferença

O debate avançou para uma reflexão sobre a competitividade de Portugal. Para Diogo Teixeira, a IA é “uma ferramenta fundamental” para aumentar a competitividade num contexto europeu marcado por custos energéticos e laborais elevados. Já Daniel Pina considerou que Portugal tem mais potencial como adotante rápido de tecnologias do que como criador de IA, mas frisou que existe grande abertura cultural para a adoção.

Jorge Ferreira foi mais crítico: “Há um fosso entre a academia e a indústria em Portugal e um atraso na Indústria 4.0 face a outros países. Precisamos de mais automatização e recolha de dados antes de falarmos de IA de forma consistente”.

Tiago Sacchetti reforçou a importância de especialização em nichos e da colaboração entre grandes grupos e PME. “Há programas, como as agendas mobilizadoras e o PRR, que já ajudam. Mas é preciso acelerar, porque a curva de adoção vai separar rapidamente quem acompanha de quem fica para trás”, alertou.

A questão da aceitação por parte dos trabalhadores foi também debatida. Na Vista Alegre, segundo Diogo Teixeira, a estratégia tem passado por envolver os colaboradores desde o início. “Criámos uma maquete em realidade aumentada para que os operadores vissem como seria a nova máquina. Isso gerou participação e sugestões de melhoria”, contou.

Tiago Sacchetti, diretor ibérico da Bosch Industry Consulting...
Tiago Sacchetti, diretor ibérico da Bosch Industry Consulting, reforçou a importância de especialização em nichos e da colaboração entre grandes grupos e PME.

Tiago Sacchetti considerou essencial trabalhar em ‘upskilling’ e ‘reskilling’ das equipas. “O impacto da IA será transversal. Não há setores nem funções que fiquem de fora”, disse. Jorge Ferreira acrescentou que, na Amkor, a IA tem permitido aumentar fortemente a produção sem aumentar o número de trabalhadores, através da otimização de processos.

Outro tema em foco foi o impacto da IA na sustentabilidade. Jorge Ferreira sublinhou que todos os projetos da Amkor têm avaliação 360 graus, considerando não só produtividade, mas também eficiência energética e redução de desperdício. Daniel Pina alertou para o balanço entre ganhos e consumos: “Há aplicações em que a IA traz poupanças energéticas, mas noutras, como na pesquisa online, o impacto pode ser muito maior do que se pensa”.

Na Vista Alegre, referiu Diogo Teixeira, a IA tem ajudado a reduzir a quantidade de peças com defeito que chegam ao final da linha, permitindo poupança indireta de energia.

A questão da regulamentação da IA, com o novo AI Act europeu, também foi levantada. Daniel Pina defendeu que a regulação “pode ser um obstáculo à inovação”, nomeadamente na Europa, onde considera que se legisla “por cima” de normas já existentes. Tiago Sacchetti concordou, mas sublinhou que “é essencial garantir a confiança nos sistemas”.

IA já é acessível

Sobre custos e retorno do investimento, os oradores foram unânimes em afirmar que a IA já é hoje acessível e que o investimento se justifica amplamente. “Há uma democratização da tecnologia. Ferramentas como os modelos de linguagem já estão ao alcance de qualquer organização”, referiu Tiago Sacchetti.

Para concluir, a moderação lançou uma pergunta sobre se esta nova revolução industrial permitirá mais tempo para o lazer. Embora reconhecessem que o impacto no trabalho será profundo, os oradores defenderam que o caminho passa por um uso equilibrado da tecnologia, apostando na formação contínua e na adaptação das organizações. “O maior risco hoje é não fazer nada”, resumiu Tiago Sacchetti.

Durante a tarde, os trabalhos prosseguiram com a mesa-redonda ‘Roadmap para a Transformação: desafios e oportunidades’. Em debate estiveram Angel García Bombín, diretor de Transformação Digital na Indústria da Sonae Arauco, Clara Gonçalves, co-founder e COO da Inductiva.AI, Nuno Brás, co-founder da DareData, e Reinaldo Coelho, CTO da BA Glass.

Seguiu-se a keynote ‘IA para o Fabrico – casos de uso potenciais e reais’, apresentada por Pablo Fernandez-Hidalgo, manufacturing data & AI associate director da Accenture, com moderação de Francisco Pires, membro do Conselho de Administração Executivo do INEGI.

A IN Conference 2025 encerrou com uma intervenção final de Alcibíades Paulo Guedes, presidente do Conselho de Administração Executivo do INEGI.

A IN Conference 2025 encerrou com uma intervenção final de Alcibíades Paulo Guedes, presidente do Conselho de Administração Executivo do INEGI...

A IN Conference 2025 encerrou com uma intervenção final de Alcibíades Paulo Guedes, presidente do Conselho de Administração Executivo do INEGI.

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