Setor metalúrgico pede para não se sobrepor taticismo político aos interesses do País

A Associação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas (ANEME) refere em comunicado que “o País assistiu incrédulo à queda do governo e à convocação, pelo Sr. Presidente da República, de eleições antecipadas antes do verão. Será a terceira eleição legislativa em três anos…”

“Enquanto representante de empresas que operam na economia real com clientes, contexto, regulação, instabilidade e muito risco, a ANEME condena a incompreensível situação criada pela crise política e apela veementemente a todos os órgãos políticos que entendam a absoluta necessidade de, no contexto internacional de extrema dificuldade, não ceder à tentação de sobrepor o taticismo político aos interesse do país, das instituições, empresas e cidadãos” - afirma-se na nota deste setor industrial que representa mais de 30% das exportações nacionais, exportando pelo menos 50% de toda a sua produção para mais de 200 mercados internacionais.

“As empresas do setor metalomecânico e eletromecânico são conhecidas pela sua enorme vocação exportadora. Algumas fileiras, como os moldes, são particularmente relevantes. Portugal é o 8º produtor mundial de moldes” - sublinha-se para se acrescentar:

“Estas empresas fortemente exportadoras absorveram, nos últimos anos, decisões de carácter político, que não contestamos, mas que aumentaram, de forma direta e indireta, a pressão sobre a sua estrutura de custos e a consequente necessidade de consolidar aumentos de produtividade muito significativos.

“Acrescem os desafios da transição energética e digital. Desafio europeu, ao qual o setor tem respondido de forma categórica, colocando-se na dianteira das novas tendências” - refere-se ainda no comunicado.

“Para tudo isto - acrescenta-se - as empresas do setor têm respondido com investimento e esforço num quadro de aumento exponencial do risco nos mercados em que se movimentam.

“Ao estado, aos agentes políticos, pede-se que garantam estabilidade, espírito de reforma e continuidade da estratégia das políticas públicas. Lamentavelmente tal não está a acontecer” - conclui-se.

O setor metalúrgico e eletromecânico representa cerca de 23.000 empresas, e 240 mil trabalhadores.