Informação profissional para a indústria metalomecânica portuguesa

Entrevista com Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal

“Nascemos para democratizar a robótica”

Luísa Santos21/03/2022

A robótica foi uma das áreas de maior representação durante a Emaf 2021. E, de acordo com Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal, foi também uma das que gerou mais interesse junto dos visitantes, com os profissionais da indústria metalomecânica a manifestarem particular curiosidade pelas soluções de soldadura robotizada. Nesta entrevista à interMetal, o responsável pela UR em Portugal faz um balanço positivo da participação no certame e explica-nos o que podemos esperar da empresa que, como diz, "nasceu para democratizar a robótica".

Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal, durante a Emaf 2021
Miguel Oliveira, diretor comercial da Universal Robots Portugal, durante a Emaf 2021.

Após dois anos de espera, a indústria voltou a encontrar-se na Emaf. Como avalia a vossa participação na feira?

A feira correu muito bem. Tivemos um número muito considerável de contactos interessantes. De facto, já há algum tempo que não participávamos na Emaf e posso dizer que esta edição superou as nossas expectativas, principalmente tendo em conta que o evento decorreu ainda em plena pandemia.

Creio que o facto de estarmos bem localizados, no pavilhão 5 da Exponor, onde estavam os principais fornecedores de tecnologia transversal para a indústria, contribuiu para uma visibilidade acrescida. Além disso, não estávamos sozinhos: no nosso stand estavam também os nossos parceiros – integradores certificados -, o que nos ajudou a mostrar aos visitantes algumas das inúmeras aplicações dos robôs UR. Desta forma, conseguimos dar aos visitantes uma visão mais real das vantagens dos nossos produtos.

Que novidades apresentaram?

Como disse, optámos por apresentar na feira soluções e não apenas produtos. Assim, uma das aplicações em exposição que mais interesse despertou junto dos nossos visitantes do setor da metalomecânica foi o Xbot, uma solução de soldadura robotizada desenvolvida pelo nosso parceiro Electrex.

Muitas empresas do setor que usam processos de soldadura têm falta de recursos nesta área, principalmente humanos. A soldadura robotizada é uma solução acessível e segura, que automatiza todo o processo, mitigando, por exemplo, lesões causadas por movimentos repetitivos, exposição a gases e vapores tóxicos, queimaduras na pele e olhos causadas pela exposição à luz UV e acidentes causados por choques eléctricos.

Além disso, é uma solução que oferece elevada rapidez e repetibilidade de operações, o que se traduz em rentabilidade da empresa.

Contámos também com a presença de um integrador/parceiro que trabalha bastante na área dos plásticos, a Agix, que apresentou uma aplicação de colocação de insertos em peças plásticas, com alimentação automática e inspeção de qualidade integrada.

Na área alimentar, o nosso parceiro US Robot apresentou uma solução de paletização muito simples e compacta, que, na verdade, pode ser utilizada nos fins de linha de qualquer indústria. Durante a feira, a solução foi exibida a manipular caixas de café.

Além disso, com a WRK, um parceiro que trabalha muito na área automóvel, exibimos uma aplicação de posicionamento automático de garrafas e aperto das respetivas tampas, desenvolvida para integração numa linha de embalagem.

Finalmente, tivemos um robô UR3e disponível para os nossos visitantes poderem ter um contacto real com o equipamento e testarem a programação, que é bastante simples e fácil.

Xbot, uma solução de soldadura robotizada desenvolvida pelo parceiro da UR Electrex

Xbot, uma solução de soldadura robotizada desenvolvida pelo parceiro da UR Electrex.

A Universal Robots tem soluções para uma grande variedade de setores…

Como o próprio nome indica, a Universal Robots nasceu para entregar soluções transversais a todos os setores e para democratizar a robótica. Desde a sua fundação, esta empresa sempre teve como objetivo fazer chegar os robôs a todo o tipo de indústria e a todo o tipo de utilizadores. Além da indústria, começamos a estar presentes também em áreas diferentes, como a da saúde, por exemplo em aplicações de fisioterapia. Mas também na área da cultura, por exemplo em espetáculos multimédia.

No caso da indústria, há algum setor que se destaque na vossa carteira de clientes?

Eu diria que a indústria metalomecânica, bastante importante em Portugal, é aquela em que temos uma presença mais significativa.

Neste setor, quais são as principais aplicações para os vossos cobots?

Na metalomecânica o leque de aplicações da robótica colaborativa é um dos mais abrangentes. Podemos utilizá-la em aplicações de processo, desde a soldadura à lixagem ou polimento, no atendimento de máquinas como quinadeiras, curvadoras, prensas, máquinas CNC… No fundo, podemos ter o robô a interagir com a máquina em vez de ter um operador a efetuar uma tarefa repetitiva de carga e descarga, com todas as desvantagens que daí advêm.

A pandemia veio acelerar a adoção deste tipo de solução?

Sim, sem dúvida. Muitas empresas já estavam conscientes da necessidade de automatizar estes processos, quer por falta de mão-de-obra quer para aumentarem a competitividade, principalmente face à concorrência internacional. No entanto, a pandemia tornou esta questão ainda mais evidente. Quando foi necessário mandar as pessoas para casa, as empresas que já estavam automatizadas conseguiram adaptar-se muito mais rapidamente que as que não estavam.

Hoje, existe uma maior consciência de que as tarefas repetitivas podem ser feitas por um robô, que não está sujeito a vírus ou a outras doenças, podendo trabalhar 24 horas por dia e deixando as pessoas livres para outras tarefas de maior valor acrescentado.

Foi a vossa intenção de democratizar a robótica que motivou o lançamento da vossa solução de leasing?

Exatamente. Pela elevada proximidade que mantemos com as empresas através, por exemplo, da realização de seminários em vários pontos do país, com o objetivo de esclarecer as dúvidas que ainda surgem em relação a esta tecnologia, sabemos quais são as suas necessidades.

Sabemos que muitas empresas têm vontade de investir em tecnologia e automação, mas muitas vezes não o fazem porque não têm capital disponível. Este serviço de leasing surge exatamente para facilitar esse processo, de forma a que o maior número de empresas possível possa beneficiar das vantagens que a robótica colaborativa oferece. Trata-se de uma parceria desenvolvida a nível mundial com a DLL, uma empresa especialista em soluções de financiamento, que visa quebrar a última barreira que impede as empresas que precisam da solução de robótica, conhecem-na, acreditam nela, mas tem dificuldade da tesouraria.

Portanto, sim, esta é mais uma ferramenta para tornarmos esta tecnologia acessível a todos.

No stand da UR, os visitantes puderam ver uma aplicação desenvolvida pelo parceiro Agix, de colocação de insertos em peças plásticas...
No stand da UR, os visitantes puderam ver uma aplicação desenvolvida pelo parceiro Agix, de colocação de insertos em peças plásticas, com alimentação automática e inspeção de qualidade integrada.

Quais são as vossas perspetivas para este ano, em termos de volume de vendas em Portugal?

Prevemos que, apesar de todas as condicionantes, 2022 seja um ano positivo, tendo em conta os contactos e as oportunidades que têm surgido, alguns deles decorrentes da Emaf. Pelos indicadores que temos, a nossa expectativa é que, este ano, voltemos ao crescimento que temos vindo a registar desde a fundação da empresa a nível mundial. 2021 foi um ano também ele atípico, mas em que conseguimos recuperar do impacto da pandemia e terminar o ano com um crescimento significativo face a 2020.

No que respeita a novidade técnicas, estão previstos lançamentos para breve?

Sim. Como disse, estamos muito atentos às necessidades do mercado e, nesse sentido, em breve vamos ter novidades na nossa gama de produto.

Mas, neste momento, a UR posiciona-se como mais do que um fornecedor de robôs, não é assim?

Sim, nós sabemos que os robôs, por si só, não resolvem os problemas. Por isso, desenvolvemos um ecossistema que inclui parceiros especialistas em várias áreas, como ferramentas de processo, grippers, sistemas de visão, software ou acessórios, em que essas terceiras partes introduzem produtos certificados pela UR que complementam os nossos robôs. Desta forma, entregamos ao cliente uma aplicação robótica completa, simples, que se adequa às suas necessidades.

Além disso, a UR mantém uma forte aposta na formação, aspeto muito importante apesar de estarmos a falar de equipamentos bastante simples. Neste sentido, disponibilizamos uma academia online em que qualquer pessoa se pode inscrever para aprender a programar os nossos robôs.

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