O que começou por ser uma viagem à procura de um representante para o mercado brasileiro acabou por se tornar no ponto de partida para a criação de uma estrutura própria naquele país: a Motofil Robotics Brasil, que, no passado dia 01 de junho, celebrou dez anos de existência.
A partir de 2007, e em antecipação à grande recessão económica europeia, a Motofil começou a apostar fortemente na diversificação dos seus mercados, pois, até ao momento, a Península Ibérica representava 95% da sua faturação. O Brasil apresentava-se na época com muito boas perspetivas, era um país em crescimento, o Real estava bastante valorizado e não havia a barreira do idioma.
César Borges, representante comercial para o setor de Corte, e José Ribeiro, diretor geral da Motofil Robotics Brasil.
José Ribeiro, diretor da Motofil Robotics Brasil, conta que “inicialmente a ideia era trabalhar com um representante, mas logo optámos por montar a nossa própria estrutura face aos fracos resultados obtidos nos primeiros meses de atividade em contraposição às nossas expectativas e aos objetivos que julgávamos possíveis para a Motofil neste mercado, principalmente depois do sucesso obtido após a participação na primeira feira da Mecânica em São Paulo em Maio de 2010”.
De malas e bagagens, a Motofil Robotics Brasil estabeleceu-se em Jacareí, no estado de São Paulo, e dedicou os meses seguintes em ganhar a confiança do mercado, mostrando que era uma empresa que tinha ido para ficar e que não ia abandonar o país na primeira crise económica. “Com grande esforço de toda a equipa, ao fim de 6 meses, a Motofil Robotics Brasil já estava completamente estabelecida no mercado e começava a entregar os primeiros projetos, acrescenta José Ribeiro, referindo que “desde então, criamos a imagem de uma marca forte e temos muitos clientes fidelizados. A Motofil Robotics Brasil é vista como uma empresa séria no que diz respeito aos equipamentos/soluções de alta qualidade que oferece e com um dos melhores serviços pós-venda a operar no Brasil”.
Instalações da Motofil no Brasil.
A aposta no mercado brasileiro abriu também portas para criar relações com países mais próximos como o Peru, o Chile e a Argentina e serviu de exemplo para a posterior criação da delegação no México. Atualmente, a América Latina representa 26% da exportação total do grupo.
Apesar de os últimos anos não terem sido fortes em termos económicos no Brasil, João Carlos Novo, chairman do Grupo Motofil, continua a acreditar no potencial do país, vendo este como “um investimento a longo prazo pois, mais ano menos ano, o Brasil terá de recuperar. É certo que nos últimos anos as coisas não têm sido fáceis, mas estabelecemos um compromisso com os nossos clientes e por isso vamos continuar no mercado. 2019 já tinha dado sinais de melhoria, assim como o primeiro trimestre de 2020. Agora, fruto da situação que vivemos, como qualquer outro mercado, o mercado brasileiro entrou em derrapagem, e resta-nos estar atentos ao desenvolvimento da situação”.
O mundo atravessa um período muito complicado o que dificulta qualquer tipo de projeção para o futuro, porém, José Ribeiro mostra-se confiante “no potencial do mercado brasileiro que continua aberto” e acredita que a procura voltará. “O nosso exercício passará por adaptar a nossa estratégia às novas regras e exigências do mesmo. Temos uma equipa motivada e acreditamos que poderemos continuar a manter o ‘espaço’ que temos vindo a conquistar no Brasil”.
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