ENTREVISTA 24 entre processos e permitir correções, garantindo assim uma precisão superior e maior rapidez. De salientar ainda o incremento de soluções de assistência técnica remota e a intensificação da manutenção preditiva, dois fatores que ajudam a reduzir a dependência de técnicos locais e maximizam a disponibilidade dos equipamentos. Em resumo, neste campo, a tendência vai no sentido de combinar hardware com software, como resposta prática, para que as máquinas produzam mais, com menos operários qualificados. A eficiência energética é outra das preocupações do setor. Como respondem as representadas da Deibar a este desafio? Os fabricantes trabalham em dois níveis: no projeto máquina-eficiente e na otimização por software. No primeiro caso, o recurso a Elementos Finitos permite o dimensionamento mais cuidado e feito à medida das necessidades, reduzindo elementos sobredimensionados e proporcionando, consequentemente, menor consumo de energia. Também a utilização de motores mais eficientes e a otimização de ciclos permitem uma redução dos tempos mortos. Por seu lado, a otimização por software maximiza o desempenho das máquinas e resulta na redução dos desperdícios de tempo e energia, através de módulos digitais e do ajuste inteligente dos parâmetros de funcionamento. Funcionalidades como arranques parciais, modos de funcionamento ‘eco’ e otimização de percursos também contribuem para uma utilização mais eficiente dos recursos, garantindo tempos de ciclo mais curtos, menor consumo energético e maior sustentabilidade da produção. Tudo isto é conseguido, sem nunca comprometer a precisão e a fiabilidade do processo. As vossas máquinas já incorporam ferramentas de IA nas soluções que oferecem? As máquinas Hermle dispõem de módulos digitais que usam análises avançadas de diagnóstico da árvore e manutenção preditiva — funcionalidades que, em termos práticos, são baseadas em algoritmos de ‘machine-learning’ e ‘analytics’, isto é, algoritmos de otimização e previsão. A Hermle tem um portefólio de ‘digital modules’ para operação, produção e serviço que implementa estas capacidades. Por seu lado, as máquinas da Sodick, quer as EDM de fio, quer as de penetração, incorporam sistemas que analisam em tempo real as condições de descarga elétrica e ajustam automaticamente parâmetros de faísca, tempo de pulso e avanço — otimizando a velocidade de erosão e o acabamento da superfície. As tecnologias de fabrico aditivo também fazem parte do vosso portefólio? Sim. Temos o exemplo da Hermle, que desenvolveu o MPA (Metal Powder Application), um processo cinético para deposição de metal (cold-spray style) integrado, com capacidade de fresagem. Por outras palavras, trata-se de uma solução híbrida, de adição e subtração, pensada para peças com canais complexos e novas geometrias. Já as soluções de fabrico aditivo da Sodick passam por máquinas híbridas da série OPM, que utilizam tecnologia de laser para fusão de pó metálico (Laser Powder Bed Fusion - PBF) e que integram a fresagem de alta velocidade para acabamento das peças. Além disso, temos também as máquinas da série LPM, focadas em alta performance e confiabilidade, que utilizam materiais metálicos e que apresentam um sistema de reciclagem de material (Material Recycling System - MRS), facilitando a troca de materiais durante o processo de impressão. Entre os vossos setores cliente, além da indústria de moldes, há algum que se destaque pelo número crescente de encomendas? Tendencialmente, os setores aeroespacial e médico mantêm o crescimento em pedidos de máquinas de precisão. O setor das energias renováveis também tem picos pontuais de procura para componentes específicos. A Deibar vai estar na próxima Moldplas? A Deibar tem um histórico de participação na Moldplas; no entanto, este ano não estará presente. A proximidade temporal da EMAF, realizada em maio passado, e também da Expometal, há cerca de um ano, levou-nos a optar por não participar nesta edição. Para a dimensão do mercado nacional, consideramos que há um número excessivo de feiras num curto espaço de tempo, o que torna difícil justificar nova presença. Além disso, os custos e a logística associados à participação são significativos, sobretudo porque a Deibar habitualmente expõe vários equipamentos. Foi o caso da última EMAF, onde apresentámos diversas máquinas, entre as quais uma fresadora de ponte Correa, com 4 metros de curso longitudinal, e um centro demaquinagem Hermle de 5 eixos, com capacidade para 1.500 kg. n Com máquinas CNC e automação, as empresas ganham uma maior capacidade de captar novos clientes, já que passam a poder satisfazer mercados de maior valor acrescentado
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