BM27 - InterMETAL

ENTREVISTA 23 no aparecimento de novos tipos de máquinas, como, por exemplo, as máquinas multieixos. Destas, podemos destacar os tão conhecidos centros de fresagem a 5 eixos e as máquinas multitarefa, que permitem tanto a eventual fresagem como o torneamento. Estas máquinas permitem obter peças com geometrias complexas, reduzir os tempos gastos em preparação, eliminar erros e, claro, conseguir uma maior repetibilidade. Esta evolução não teria sido possível se a mecânica não a acompanhasse. Através do recurso a outras soluções nas suas estruturas, deixamos de ter apenas fundição e passamos a ter soluções com estruturas em construção soldada e em mineralite. Por outro lado, os acionamentos evoluíram imenso (com o aparecimento dos fusos de esferas e a generalização das guias lineares, por exemplo), o que permitiu maiores velocidades dos eixos, e que, em conjunto com melhores árvores, com mais precisão e muito mais rotação, garante peças com maior precisão e ciclos de produção mais curtos. E, se nos quisermos alongar mais, poderíamos ainda abordar a introdução dos motores lineares! E, atualmente, quais são as principais tendências nestas máquinas? Hoje em dia, as principais tendências encontram-se sobretudo ao nível dos acessórios à volta das máquinas-ferramenta e não tanto na sua estrutura ou componentes mecânicos. Na última década, a necessidade de uma maior produtividade, a manifesta falta de mão de obra qualificada e a busca da excelência, isto é, da repetibilidade das peças, motivaram a automação dos processos de produção, com integração de soluções com máquinas paletizadas, alimentadas por robôs, criando células automáticas com maior ou menor grau de autonomia, quer de produção, quer de capacidade de decisão face a eventuais imprevistos. Mais recentemente, a Indústria 4.0 veio permitir a monitorização em tempo real dos processos, a gestão inteligente de ordens, a afinação inteligente das máquinas e o fabrico sem papel, entre outros, o que nos leva a caminho das fábricas inteligentes. Neste percurso, a inteligência artificial surge como uma ferramenta importante que permite a otimização de processos e da manutenção preditiva baseada em dados, com recurso a diagnósticos. Adicionalmente, o desafio da eficiência energética, aliado à necessidade de componentes de grande precisão e tecnicamente exigentes, em setores como o aeroespacial, o médico, o da defesa e o dos moldes, tem vindo a trazer uma maior atenção às máquinas de 5 eixos e multitarefa. Já a integração de tecnologias aditivas e subtrativas, isto é, tecnologias híbridas, permite que um único equipamento possa produzir protótipos ou componentes finais complexos. Tal acontece através da deposição de material em camadas sucessivas e posterior subtração de zonas com exigências especificas, como, por exemplo, no acabamento de superfícies funcionais. Quais são os vossos principais setores cliente? O portefólio da Deibar inclui uma vasta gama de máquinas para fabrico de ferramentas, de moldes para injeção de plásticos, de componentes automóveis, de peças para o setor aeronáutico, médico, energético e metalomecânico geral. Para estas finalidades, saliento os centros de maquinagem Hermle e Roeders, os tornos Hyundai-WIA, as fresadoras Correa e as eletroerosões Sodick. De que forma os centros de maquinagem e a automatização ajudam a mitigar ameaças como a crise no setor automóvel e as novas as taxas impostas pelos EUA? Podemos dizer que máquinas modernas, em conjunto com a automatização, podem ajudar fortemente. Destaca-se a capacidade destas ajudarem na redução do custo por peça através da maior produtividade, visto que as células automáticas e a paletização permitem operar 24 horas, 7 dias por semana, com menos paragens e menos mão- -de-obra. Além disso, com máquinas CNC e automação, as empresas ganham uma maior capacidade de captar novos clientes, já que passam a poder satisfazer mercados de maior valor acrescentado, como o médico e aeronáutico, quando a procura na indústria automóvel diminui. Resumindo, podemos afirmar que o investimento em máquinas-ferramenta modernas e em células automáticas reduz a exposição a choques de procura, aumenta a competitividade e facilita a mudança da carteira de clientes. Que soluções oferecem as vossas representadas para colmatar a falta de mão de obra no setor? A principal solução prática que marcas como a Hermle disponibilizam são os sistemas de automação com máquinas paletizadas alimentadas por robôs, reduzindo, assim, a necessidade de operadores. Por outro lado, a disponibilização de interfaces mais intuitivas, como a Navigator GUI da Hermle, oferecida sem custo adicional para os clientes dos seus centros de fresagem, torna o controlo da máquina mais intuitivo e eficiente, o que permite reduzir a curva de aprendizagem e, claro, minimizar erros de operação. A mesma filosofia tem levado marcas, como a Roeders, a incorporar nas suas máquinas processos completares como a retificação e medição, para evitar manipulações

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