20 Stand da Nicolas Correa na EMO 2025. Foto: Rainer Jensen. O presidente da Associação Japonesa de Construtores de MáquinasFerramenta (JMTBA), Kazuo Yuhara, por seu lado, destacou um decréscimo da procura doméstica de 7,4% em 2024, embora a procura externa tenha subido 3,4%. A produção de máquinas de corte de metal caiu 14,3%, fixando-se em 901,3 mil milhões de ienes — abaixo da fasquia de um bilião pela primeira vez em três anos. Também as exportações e importações recuaram, 8,3% e 11,5% respetivamente. Apesar deste cenário misto, os primeiros dados de 2025 revelam sinais positivos, com encomendas e exportações em alta. Já nos Estados Unidos, o presidente da AMT — Association for Manufacturing Technology — Douglas K. Woods, destacou o forte crescimento do consumo interno em 2024, com uma subida de 12% face ao ano anterior. Este dinamismo deve-se à procura crescente nos setores aeroespacial e de defesa, à aposta na produção doméstica (reshoring) e ao investimento estrangeiro direto. Para 2026, a expectativa é de estabilidade, ainda que com algum abrandamento nas encomendas devido a custos de financiamento elevados e riscos geopolíticos persistentes. A Índia foi outro dos destaques da EMO 2025. Segundo Jibak Dasgupta, diretor- -geral e CEO da IMTMA, o país registou um crescimento do PIB de 6,5% em 2024-25, atingindo os 4,19 biliões de dólares, com previsões de manter o mesmo ritmo até 2029. O consumo de máquinas-ferramenta atingiu 3,7 mil milhões de dólares, impulsionado sobretudo pelo setor automóvel, que representa quase metade da procura. Outros setores relevantes incluem a engenharia geral, moldes, construção e equipamentos agrícolas. “A Índia representa uma oportunidade única de colaboração e investimento internacional”, sublinhou Dasgupta. COOPERAÇÃO E INOVAÇÃO COMO RESPOSTA AOS DESAFIOS Apesar dos contrastes regionais — com a Europa e o Japão em retração, os EUA em expansão e a Índia em franco crescimento —, a EMO Hannover 2025 mostrou que a cooperação internacional e a aposta em tecnologias verdes e digitais são fundamentais para garantir a resiliência da indústria. Num setor altamente exposto às tensões comerciais e às mudanças geopolíticas, os líderes globais concordaram que a inovação, a qualificação de talentos e a adaptação às novas exigências ambientais serão determinantes para assegurar o futuro das máquinas-ferramenta e, por consequência, da manufatura mundial. n
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