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26 INDÚSTRIA DE BICICLETAS tecnologias envolvidas na produção moderna de uma bicicleta. Tomemos como exemplo a produção dos quadros, onde processos automatizados como o corte a laser de tubo e chapa são cada vez mais utilizados. Os equipamentos atualmente disponíveis no mercado, altamente eficientes e precisos, oferecem tolerâncias muito baixas que, por seu lado, garantem juntas perfeitas para soldaduras em diversos materiais. Por outro lado, também o processo de curvatura de perfil ou a conformação de tubo e arame é hoje mais eficiente, graças às máquinas que o realizam forma automática e rápida. A estes, acresce a estampagem e a tradicional maquinação CNC (fresagem ou torneamento), essencial para garantir as dimensões pré-definidas de cada peça do quadro antes do processo de soldadura. Esta, por seu lado, pode ser robotizada ou manual. A tecnologia escolhida (MIG/MAG, TIG, brasagem, plasma ou laser, por exemplo), vai depender dos requisitos técnicos do projeto, dos volumes de produção e, claro, do material. Depois de soldados, os quadros são sujeitos a tratamento de superfície - e, eventualmente, térmico –, pintados e sujeitos a controlo de qualidade para garantir a qualidade da geometria final e, por exemplo, dos cordões de soldadura. UM FUTURO PROMISSOR À capacidade instalada em território nacional, junta-se a vontade política de fazer deste setor uma bandeira da reindustrialização verde da Europa. Na sessão plenária de 16 de fevereiro de 2023, pela primeira vez, o Parlamento Europeu adotou uma resolução que visa duplicar o uso de bicicletas na Europa até 2030. Os deputados reconheceram Pedais e travões impressos em 3D na máquina TruPrint 3000, da Trumpf. Este equipamento de médio formato utiliza o processo de fusão a laser com base em leito de pó para produzir peças de metal complexas. que, no caminho para a neutralidade carbónica, é "urgente e necessário" oferecer mais apoio à indústria de bicicletas, que se pode traduzir emfinanciamento de projetos de I&D&I, na diminuição generalizada do IVA das bicicletas por toda a Europa e no desenvolvimento de infraestruturas adequadas como ciclovias, parques dedicados a este tipo de transporte e postos de carregamento para as elétricas. Além disso, os países da UE serão incentivados a aumentar o apoio dados às populações para a compra de bicicletas. Em declarações à imprensa internacional, Manuel Marsilio, diretor-geral da CONEBI, assegura que "esta é uma oportunidade histórica para o crescimento do setor e um claro reconhecimento do seu papel crucial no ecossistema da mobilidade, dentro da estratégia industrial da UE”. Para as empresas portuguesas das duas rodas, esta pode ser uma das melhores notícias dos últimos tempos. n

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