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Indústria da defesa em debate na EMAF 2025

Susana Marvão15/07/2025

No dia 28 de maio, a conferência ‘Future Summit – Indústria de Defesa’, iniciativa conjunta da AEP, da AIMMAP e do CEiiA, lotou o grande auditório da Exponor e colocou no centro do debate o “papel da indústria da defesa na transformação económica do país”.

A conferência 'Future Summit – Indústria de Defesa' decorreu durante a EMAF, no dia 28 de maio. Foto: AEP – Associação Empresarial de Portugal...

A conferência 'Future Summit – Indústria de Defesa' decorreu durante a EMAF, no dia 28 de maio. Foto: AEP – Associação Empresarial de Portugal.

A sessão de abertura foi marcada pelas intervenções de Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da AEP; Vítor Neves, presidente da AIMMAP; e Isabel Furtado, presidente do Conselho de Administração do CEiiA, que sublinharam, em uníssono, que o investimento europeu em Defesa é “essencial” para criar oportunidades para a indústria nacional, especialmente quando assente na inovação.

Como keynote speaker, o deputado Sérgio Sousa Pinto, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, apresentou a reflexão central sob o título ‘Nova ordem mundial: a exigência de uma defesa comum na Europa’. De seguida, o painel ‘Oportunidades para uma indústria de defesa moderna e inovadora em Portugal’ reuniu Fernando Sousa (CEO da CEI/ZIPOR e vice-presidente do Conselho Geral da AEP), Rafael Campos Pereira (vice-presidente da CIP e vice-presidente executivo da AIMMAP) e Isabel Furtado (do CEiiA), sob a moderação de José Manuel Mendonça, professor emérito da FEUP e ex-presidente do INESC Tec. Coube a José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da AEP, as honras de encerramento.

O evento teve como keynote speaker o deputado Sérgio Sousa Pinto, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas...

O evento teve como keynote speaker o deputado Sérgio Sousa Pinto, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas. Foto: AEP – Associação Empresarial de Portugal.

Na sua intervenção de abertura, Luís Miguel Ribeiro questionou: “Como pode Portugal posicionar-se estrategicamente num mundo onde a Defesa deixou de ser apenas uma questão militar para se tornar também um motor de inovação e desenvolvimento económico?”, antes de classificar a inovação e a tecnologia aplicada como “importantes pilares, num contexto geopolítico muito complexo”. Apontou ainda que “as tensões geopolíticas ocorrem num mundo fragmentado em três grandes blocos económicos: os Estados Unidos da América, a China e a União Europeia”, sendo que esta última enfrenta “sérios desafios”, nomeadamente “o défice de competitividade – bem identificado no relatório de Draghi –, por tudo o que representa em termos de impacto no crescimento económico (que é hoje muito modesto) e no bem-estar dos cidadãos europeus”. Para responder a este défice, referiu a necessidade de “forte aposta na inovação, na reindustrialização, na simplificação e desburocratização e, cada vez mais pertinente, na Segurança e Defesa”.

Quanto a Portugal, que “já se comprometeu a intensificar os seus esforços” em investimento na Defesa, Luís Miguel Ribeiro afirmou que este é “uma importante alavanca para promover um crescimento mais robusto da economia portuguesa”, reforçando que tal passa pelo “reforço do investimento e das exportações”. Entre os obstáculos a superar, apontou “o peso do consumo final excessivo”, “o desafio demográfico” e “a burocracia”. Lembrou que, em linha com a estratégia europeia, “a reindustrialização do país, estimuladora da inovação e da criação de valor acrescentado, é também um importante desígnio”, e sublinhou a vantagem competitiva do “’ADN’ industrial dos nossos empresários!”. Concluiu avisando que “a vontade dos empresários não chega” e que é preciso “coexistir com políticas públicas estimuladoras de uma envolvente favorável à melhoria da competitividade e atratividade da economia portuguesa”, porque “as Indústrias da Defesa e da Proteção são verdadeiramente motores pujantes da economia quando assentes na inovação. Investir na Defesa e na Proteção é absolutamente crítico, para enfrentar os novos riscos e os novos contextos, muito voláteis e imprevisíveis”.

O painel ‘Oportunidades para uma indústria de defesa moderna e inovadora em Portugal’ identificou a inovação e a tecnologia aplicada como...

O painel ‘Oportunidades para uma indústria de defesa moderna e inovadora em Portugal’ identificou a inovação e a tecnologia aplicada como “importantes pilares" para o posicionamento de Portugal na indústria da Defesa. Foto: AEP – Associação Empresarial de Portugal.

Vítor Neves, focado no setor metalomecânico, destacou que “o setor tem vindo a bater recordes sucessivos de investimento e importações, assumindo-se como um dos mais importantes no crescimento da economia portuguesa. O volume de negócios é de cerca de 40 mil milhões de euros e emprega mais de 250 mil pessoas, exportando 23,25 mil milhões, com um valor acrescentado bruto de 10 mil milhões”, e considerou que “o setor da defesa afirma-se como um motor de inovação, desenvolvimento tecnológico e de soberania nacional e é também uma oportunidade real para indústria metalomecânica e metalúrgica portuguesa para se posicionar na linha da frente da Europa e no Mundo”.

Isabel Furtado observou que “os conflitos existentes voltaram a colocar a Defesa e Segurança na ordem do dia” e insistiu que “o investimento em Defesa é um dos motores de inovação e de industrialização de vários setores”, com aplicações duplas – “quer para o mercado da defesa, quer para as áreas dos setores civis, onde os setores têxtil e metalomecânica têm grandes oportunidades”. “Portugal pode aproveitar esta oportunidade para acelerar o processo de reindustrialização”, concluiu.

No encerramento, Sérgio Sousa Pinto reforçou que “a retração do comércio internacional poderá ser totalmente compensada pelos contratos públicos na área da Defesa, e pela expansão da respetiva base industrial”, e defendeu que “a intervenção direta do Estado deve ser reduzida ao mínimo indispensável” para que “as empresas construam as competências e capacidades, com rapidez e eficiência”. Alertou ainda para o cenário geopolítico: “a Rússia está a incrementar as suas capacidades defensivas e ofensivas, aumentando o armamento militar, já de si incomparavelmente superior ao da Europa” e podendo, segundo ele, “desencadear uma guerra de agressão contra um vizinho Estado-membro da União Europeia a partir de 2028, talvez antes”. Sem querer ser “excessivamente alarmista”, afirmou que “a Europa não precisa apenas de armas, munições e efetivos, precisa de ser ela a produzir, com total autonomia, os meios de que carece” e que “os investimentos europeus na indústria de defesa representam, pela sua escala, um verdadeiro plano de reindustrialização do continente”.

José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da AEP, encerrou o evento. Foto: AEP – Associação Empresarial de Portugal...
José Manuel Fernandes, presidente do Conselho Geral da AEP, encerrou o evento. Foto: AEP – Associação Empresarial de Portugal.
O debate final sobre ‘Oportunidades para uma indústria de defesa moderna e inovadora em Portugal’ reforçou as intervenções, com Fernando Sousa a apontar que “Portugal já exportará 2,2 milhões de euros na área de Defesa” e a sublinhar que “temos de trazer [os militares] para estes debates”. Rafael Campos Pereira lembrou que “temos empresas licenciadas pelas forças armadas francesas” e desafiou a uma atuação conjunta para “chegarmos a centros de decisão, como a NATO, como cliente fundamental”. Paulo Rios de Oliveira, da AICEP, acrescentou a “vantagem de Portugal ser a porta de entrada na Europa”. Por fim, José Manuel Fernandes alertou para a necessidade de “redobrada atenção no controle da informação interna das empresas, por causa da inovação, que desperta interesse em todos os países”, indicando que “Portugal tem subido no ranking da inovação, somos um país cobiçado, vistos com muita atenção. Portanto, muita proteção em tudo o que é informação”.

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